segunda-feira, 13 de abril de 2015

MITOS E VERDADES SOBRE A LIBRAS


Mitos



Mito 1: A língua de sinais seria uma mistura de pantomima (mímica) e gesticulação concreta, incapaz de expressar conceitos abstratos.

Mito 2: Haveria uma única e universal língua de sinal usada por todas as pessoas surdas. Porém essa concepção ainda faz parte do senso comum.

Mito 3: Haveria uma falha na organização gramatical da língua de sinais que seria derivada das línguas de sinais, sendo um pidgin sem estrutura própria subordinado e inferior a língua orais.

Mito 4: A língua de sinais seria um sistema conteúdo restrito, sendo expressiva e linguisticamente inferior ao sistema de comunicação oral.

Mito 5: As línguas de sinais derivam da comunicação espontânea dos ouvintes.

Mito 6: As línguas de sinais, por serem organizadas espacialmente, estariam representadas no hemisfério direito do cérebro, uma vez que esse hemisfério é responsável pelo processo de informação espacial enquanto o esquerdo, pela linguagem.


Verdades
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  • Língua de Sinais: Língua de modalidade gestual-visual. Tem como canal ou meio de comunicação movimentos gestuais e expressões faciais. 

  • A LIBRAS é considerada a língua natural dos surdos. As línguas de sinais são diferentes nos diferentes países.
  • Língua de Sinais pode ser definida como uma língua natural e utilizada pela maioria dos Surdos do mundo. A Língua de Sinais tem como estrutura fundamental o visual-gestual, sendo pronunciada pelo corpo e percebida pela visão, sua aprendizagem requer atenção visual, memória visual, expressão corporal e facial e agilidade manual.
  • Língua de Sinais Possui estrutura gramatical própria que não está vinculada a língua oral, no nosso caso a língua portuguesa. Na composição da LIBRAS um fator importante é expressão corporal e facial.
  • A LIBRAS ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a LIBRAS não é uma língua universal, cada país assim como possui sua própria língua também possui sua própria língua de sinais.

sábado, 4 de abril de 2015

QUEM SOMOS?

 NOSSA ASSEMBLÉIA GERAL





Presidente - Suzany Fabiano Caprini         




Vice – Presidente – Geane Ferreira


  
Secretário – Daniela Tobias Mariani  


                                                                
Vice Secretário – Ana Elena Baiense


Tesoureiro – Ana Carolina Martins 



 Vice Tesoureiro - Daniela Tobias Mariani




             

CALENDÁRIO EM LIBRAS













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DOAÇÕES


Qualquer pessoa pode ajudar a AMSF com doações e voluntariado. A associação está sempre em busca de novos recursos e parcerias para ampliar os serviços oferecidos à comunidade surda. Participe. Sua doação é bem-vinda.


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MISSÃO, VISÃO E VALORES


quarta-feira, 25 de março de 2015

SURDO, SURDO-MUDO OU DEFICIENTE AUDITIVO




Durante o percurso histórico dos surdos, percebemos o quanto este povo lutou e ainda luta para obter seu reconhecimento perante a sociedade. As marcas que ficaram registradas nas raízes do passado emocionam, como a luta pela própria sobrevivência de um povo que não tinha os mesmos direitos que o restante da população, eram marginalizados, vistos como incapazes de pensar, ou de realizar outras atividades simples que faziam parte do convívio social.

Ao estudarmos a história mais a fundo vemos atrocidades que eram cometidas contra pessoas que nasciam surdas. Na antiguidade, em algumas regiões os surdos eram lançados de penhascos sendo oferecidos a sacrifício aos Deuses, os romanos não os aceitavam dizendo que eram imperfeitos. Ou seja, os surdos eram tratados como seres que apresentavam algum tipo de déficit de Inteligência, eram considerados inválidos e, em muitos casos condenados a morte.

Com o passar do tempo foram surgindo pessoas que apresentavam um olhar diferente em relação a este pensamento muitas vezes desumano. De acordo com os registros de pesquisadores, na Idade Média em 700 d.C, John Beverley foi o primeiro a ensinar uma pessoa surda falar. Já o espanhol Pedro Pance de León, um monge beneditino fundou uma escola para surdos e desenvolveu o alfabeto manual, em outro momento, Juan Pablo Bonet um padre espanhol continuou o trabalho de León, ensinando os surdos a lerem e a falarem, utilizando o método oral. Já John Bulwer um médico britânico, defendia o uso de gestos entre os portadores de surdez. A mudança foi sendo aprofundada quando os nobres que tinham filhos surdos, preocupados com a exclusão dos mesmos diante da sociedade, passaram a procurar estes estudiosos para auxiliá-los. Era necessário nesta época que o surdo aprendesse a falar, ler, escrever, compreendesse a doutrina católica, pois, estes fatos implicavam no reconhecimento do surdo como um cidadão e por consequência no seu direito de receber a herança e título da família. Partindo desse pressuposto de que o surdo teria que falar para ser humanizado, outros defensores do mesmo pensamento foram surgindo.

Neste momento percebemos que a visão sobre o surdo começa a seguir para outro rumo e, por volta do século XV observamos que a Educação de Surdos era tratada como caso patológico passível de ser curada. Os médicos desta época passam a estudar este assunto mais a fundo, alguns profissionais estavam realmente engajados em descobrir uma cura, muitos interessados nesta causa tinha algum parente surdo.

A partir do séc. XX, os portadores de deficiências passam a ser vistos como cidadãos com direitos e deveres de participação na sociedade. No início acreditavam que a melhor forma de educar os surdos era pela oralização, já que a sociedade se comunica desta forma, neste período os gestos praticados pelos surdos para se comunicarem deveriam ser banidos. Muitos surdos que não tinham acesso aos “métodos educacionais” e não apresentavam um convívio aberto com familiares não aprendiam a se comunicar pela oralização, ou seja, não podiam falar. Durante o oralismo o surdo era tratado como Surdo-mudo, ou muitas vezes a forma mais comum era apenas Mudo.
Podemos observar que atualmente nossa sociedade carrega essa herança cultural, onde muitas pessoas utilizam a nomenclatura surdo-mudo ou apenas mudo de forma errônea, a maioria dos ouvintes desconhece a carga semântica que os termos, surdo-mudo, mudo e deficiente auditivo carregam. Para muitos ouvintes o uso da palavra surdo parece demonstrar preconceito, vemos que o sentimento de culpa e de discriminação determinou o termo conhecido como deficiente auditivo, sendo o mais correto a se referir às pessoas surdas.
A partir deste momento nos deparamos com este impasse, surdo, surdo-mudo ou deficiente Auditivo, qual é a melhor terminologia para nos reportarmos a este povo?

Podemos afirmar que o fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda, pois, de acordo com vários estudos de médicos e educadores, os mesmos chegaram a uma conclusão que o aparelho fonador do surdo assim como dos ouvintes estavam preservados, neste sentido o termo surdo-mudo não é aceitável. 
Mudo é todo o individuo que não faz uso de seu aparelho fonador para a fala ou qualquer outra manifestação vocal. Algumas pessoas podem apresentar mudez como um sintoma de sua alteração psíquica, ou ainda devido um câncer na laringe, onde é realizada uma cirurgia para a retirada do órgão responsável pela reprodução sonora da fala, porém, se tornarão mudos temporariamente, pois, podem reaprender a falar utilizando a voz esofágica (produzida pelo esôfago). Se o indivíduo não apresenta alterações psíquicas e nem orgânicas que possam interferir em sua fala, logo podemos afirmar que o surdo é capaz de produzir sonorização vocal, sendo possível balbuciar e, além disso, podem desenvolver a linguagem oral por meio de um processo terapêutico fonoaudiológico. Concluímos que não é correto dizer que todo surdo ou deficiente auditivo é mudo. Com a convivência com eles iremos perceber que podem falar e se manifestar através de sons da fala. É importante ressaltar que muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar, não tiveram a oportunidade ou optaram por não serem oralizados.


Muitas pessoas também confundem surdez com deficiência auditiva, ou preferem utilizar apenas utilizar o segundo termo. Acreditam que a deficiência se refere à incapacidade, acham que a pessoa será dependente o resto de sua vida, não será capaz de conviver socialmente ou de ter hábitos “normais”. Entretanto, se utilizado sem o sentido discriminatório, a nomenclatura deficiente auditivo não está errada, visto que ela é um déficit adquirido, ou seja, é quando se nasce com uma audição perfeita e, devido a lesões ou doenças acaba acarretando na perda da audição. Nestas condições muitas pessoas já aprenderam a se comunicar oralmente. Em determinados casos pode-se recorrer ao uso de aparelhos auditivos ou a intervenções cirúrgicas, tudo depende do grau da deficiência auditiva, tendo como objetivo de minimizar ou corrigir o problema. 

Por sua vez, a surdez é de origem congênita, ou seja, o indivíduo nasce surdo, isto é, não se tem a capacidade de ouvir nenhum som. Nestes casos, surge certa dificuldade no desenvolvimento da comunicação, ou seja, na aquisição da linguagem, mas nada impede que o indivíduo possa se desenvolver socialmente. Podemos desta forma também utilizar o termo surdo, sem medo algum de achar que estamos sendo ofensivos. 

Sabemos de fato que a audição assim como o restante dos sentidos é de extrema importância para o nosso desenvolvimento cidadão, como um ser de direitos e deveres perante a sociedade. A audição é o primeiro sentido a ser apurado pela intermediação do convívio com o âmbito familiar, através dela passamos a conhecer o mundo que nos rodeia, ouvimos os sons que o mundo emite. É graças a ela que nós ouvintes nos comunicamos com o mundo, desenvolvemos nossa identidade, nossos sentimentos, passamos a compreender todas as relações que nos cercam, todos os vínculos sociais e expressamos de forma eficaz nossos desejos.

O surdo, mesmo que seja privado em um dos sentidos, é capaz de interagir e aprender, criar e se comunicar. Ele pode estabelecer esta conexão com o mundo através do desenvolvimento de seus outros sentidos, os olhos são para o surdo o que os ouvidos são para os ouvintes, a língua de sinais é uma forma de expressão corresponde a sua voz. Cabe aos educadores, estabelecerem possibilidades que irão contribuir com a inclusão do surdo, pois, o mundo não pertence exclusivamente aos ouvintes, todos possuem os mesmos direitos.  “o surdo é diferente, não deficiente”, as diferenças existem, e com elas devemos aprender que ninguém é melhor ou pior que o outro, somos todos iguais independentes de nossas características físicas ou culturais.


A IMPORTÂNCIA DA LIBRAS



No Brasil a Língua Brasileira de Sinais é reconhecida oficialmente através da Lei nº 10.436 de 24 de abril do ano de 2002, a partir deste momento foi possível realizar discussões pautadas nas necessidades da comunidade surda, sobretudo no que se refere à individualidade do surdo e também ao respeito que deve ser destinado a utilização da Libras nos ambientes sociais. Desde modo percebemos que o desenvolvimento das práticas educativas de ensino, devem estar atentas a educação de alunos surdos numa perspectiva em que realmente haja a inclusão do cidadão no meio social. Esta lei é extremamente importante, pois a partir dela a Libras é reconhecida como uma língua, consistindo em uma forma de comunicação e expressão legitimada que busca meio de uma linguagem própria, construir a identidade da comunidade surda que tem características e comportamentos próprios . Portanto, compreende-se que a libras não se trata apenas de mímicas e nem gestos, mas deve ser considerada como status de uma língua constituída com uma composição gramatical própria, podendo expressar conceitos concretos e abstratos dentro da realidade em que o surdo esta inserido.


A inclusão que temos por objetivo nos remete a reconhecer a importância da Libras no âmbito escolar, profissional e da sociedade em geral. Nesta perspectiva possível identificar as contribuições da lei 10.436/2002 viabilizando à importância da língua de sinais para o surdo, dentro do contexto social, profissional e educacional. Assim também é possível perceber que esta lei é de grande importância, pois traz parâmetros para o desenvolvimento no processo de aprendizagem do sujeito surdo. 

Depois de anos da edição desta lei, o Executivo federal editou o Decreto nº. 5.626, de 22 de dezembro de 2005, regulamentando os aspectos da Lei nº 10.436, dentre os quais podemos citar a obrigatoriedade da Libras como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior,  nos cursos de Fonoaudiologia, e constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional. Este decreto também especifica o uso e a difusão da Libras e da Língua Portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação, como deve ser a formação do professor e do instrutor de Libras, para que os mesmos possam atuar em cursos e eventos, ressalta que as instituições educacionais devem garantir às pessoas surdas acesso a comunicação, à informação, nos processos seletivos e na educação desde a educação infantil até a superior, dando-lhes condições de atuar na sociedade. O mesmo fala também da garantia do direito à saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva, tais como ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva, realização de diagnósticos, tratamentos clínicos, acompanhamento médico, reabilitação, entre outros. E ainda, dispõe sobre o papel do poder público e das empresas concessionárias de serviço público que deverão capacitar uma parcela de seus funcionários para usar e interpretar Libras, proporcionando um atendimento diferenciado aos portadores de necessidades especiais, no caso, a surdez.

Assim sendo, muitos danos educacionais poderão ser evitados, dentre os quais, a evasão escolar que, em todos os níveis de ensino, tem se constituído numa cruel realidade. É possível transformar esta realidade, com uma proposta de trabalho sério e interativo, pois as pessoas surdas têm consciência de suas necessidades e lutam para que sejam atendidas suas especificidades a fim de que se torne facilitada sua comunicação com as pessoas com as quais contatam. A partir do Decreto, 5626 a educação de surdos pressupõe a coexistência de duas línguas no ambiente pedagógico: a língua de sinais e a língua portuguesa. A língua de sinais passa a ter prioridade no contexto escolar, em que o surdo está inserido, sendo então respeitada como fator de identificação desses educandos que precisam ter reconhecido seu direito de se comunicar. Assim, ao promover a aprendizagem do aluno surdo, conseguirá habilitá-lo para o acesso ao efetivo mundo do conhecimento, pautado no desenvolvimento de uma consciência crítica e cidadã, apto a enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.


Referente ao tema abordado, podemos observar que tanto a Lei nº 10.436/2002, como o Decreto 5.626/2005, trazem efetivas mudanças que nos levam a compreender e a respeitar a cultura surda, questionando nosso comportamento mediante as questões como estas mencionadas nesta pesquisa.
Deste modo, o objetivo geral deste trabalho será: compreender qual nomenclatura é mais apropriada ao se referir ao indivíduo surdo e, entender se de fato a surdez é um problema para ele.  Entretanto, para o alcance deste objetivo geral têm-se os seguintes objetivos específicos: Investigar a história do povo surdo, compreender as transformações ocorridas ao longo dos anos referentes ao respeito ao surdo, reconhecendo-lhe como um ser capaz, tendo sua individualidade e considerando a Libras como sua língua, sendo ela responsável pela sua comunicação e expressão. Além disso, aprenderemos a conceituar o que é a surdez desmitificando o fato de muitos acharem que todo surdo também é mudo, para entendermos da melhor forma possível as necessidades, os direitos e deveres do surdo.